Millena teve dificuldades na adolescência por causa dos seios grandes.
Ela operou, mudou hábitos e conseguiu recuperar sua qualidade de vida.
A adolescência, geralmente, é um período de mudanças e dificuldades – e
no caso da recifense Millena Soares, essa fase foi ainda mais
complicada. Por causa do tamanho dos seios, ela tinha a autoestima baixa
e se escondia em casa. “Não me sentia bem e achava horrível. Cheguei a
entrar num começo de depressão e ia da escola para casa e de casa para
escola”, lembra a jovem, hoje com 18 anos.O problema é que a preocupação não era apenas com a estética, mas também
com a saúde – ela sentia muita dor nas costas e precisava deitar toda
vez que chegava da aula. “Chegava em casa e não fazia nada. Aí, eu
comecei a comer cada vez mais, como uma maneira de esquecer”, conta.
Preocupado com o sofrimento da filha, o pai da estudante resolveu
levá-la a um médico. “Ele disse que eu precisava operar. Mas antes
disso, tinha que perder 12 kg”, lembra a jovem, que na época tinha 98
kg.
Segundo o ginecologista José Bento,
se o tamanho dos seios interferir na qualidade de vida da pessoa,
realmente é indicado operar, mesmo com 16 anos, que era a idade de
Millena na época.
Geralmente, esse problema é genético e a paciente tem um número maior
de receptores de hormônios femininos nos seios, de acordo com o médico.
Então, com a indicação correta e as recomendações adequadas, a jovem começou a mudar totalmente a alimentação.
Ela cortou massas, refrigerantes e frituras, como coxinhas e pastéis e,
no lugar desses alimentos, acrescentou produtos light, verduras,
legumes e saladas. “Comia salada, mas não era muito fã. Depois passei a
comer todo dia”, conta. Entre as refeições, a estudante passou a ingerir
uma fruta, por exemplo, seguindo a recomendação de comer a cada 3
horas. “Isso foi uma das coisas que me ajudou muito”, diz.Além de mudar a alimentação, a jovem começou também a fazer atividade
física, mas sempre com limitações por causa do tamanho dos seios.
“Quando fazia aula de jumping, por exemplo, sentia dor e incomodava
muito. Ficava cansada mais rápido”, lembra.
Mesmo assim, ela seguiu fazendo exercícios e, cerca de três meses
depois, já havia eliminado 14 kg, mais que a recomendação do médico.
“Entrei de cabeça na mudança porque não pensava em outra coisa a não ser
minha cirurgia. Quando voltei no médico, ele me pediu para fazer exames
e marcou a data”, conta.
Millena seguiu levando o novo estilo de vida e dois meses depois se
internou em um hospital para operar. “Deu tudo certo e o médico tirou 1
kg de cada seio. No dia seguinte, já recebi alta, fui para casa e fiquei
de repouso, mas continuei perdendo peso”, lembra. Depois de três meses
de recuperação, ela já estava com 72 kg, 26 kg a menos na balança. “Só
pude voltar a fazer atividade física depois de muito tempo, mas
continuei com a alimentação. Foi mesmo uma reeducação. Hoje, se como
algo pesado, me sinto mal”, afirma.
Quando voltou a se exercitar, a jovem percebeu as mudanças e benefícios
que a perda de peso e a cirurgia trouxeram. “Foi um alívio voltar a
fazer atividade física com os seios menores, porque me sentia muito mais
leve”, lembra.
Pouco tempo depois, ela atingiu os 68 kg, peso que mantém até agora.
“Hoje eu me permito comer algo diferente, mas pouco. Se vejo que estou
exagerando, dou uma segurada”, diz.
Com 30 kg a menos, Millena recuperou a autoestima e perdeu a vontade de
se esconder em casa, como fazia antes. “Sou mais feliz. Hoje saio
direto com as minhas amigas e sou muito mais vaidosa”, conta. Depois da
perda de peso, até candidatos a namorado começaram a aparecer, mas ela
diz que ainda não é o momento. “Quero curtir o que eu não curti quando
era mais nova”, brinca.
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