Protesto ocorre mesmo após o governo baixar decreto que estabelece medidas administrativas contra as greves e paralisações
Ketllyn Fernandes
Começou às 8h desta terça-feira (20/8) a segunda de três paralisações que os policiais civis e federais de Goiás pretendem promover até a realização no dia 3 de setembro de uma assembleia-geral que pode resultar na deflagração do movimento grevista. Desta vez, a categoria promove interrupção dos serviços por 48 horas. Na semana passada, o manifesto teve duração de um dia. A previsão que o próximo ato de protesto se estenda por 72 horas.
A paralisação da Polícia Civil tem por objetivo pressionar o governo a atender reivindicação de reajuste salarial que motivou greve de mais de 50 dias em 2012 e que, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-Go), Silveira Alves Moura, caminha a passos lentos.
A categoria também cobra agilidade na instituição do bônus por produtividade, proposta esta vinda do próprio governo, mas que depende do encaminhamento de projeto de lei para a Assembleia Legislativa. Atualmente o texto da proposta aguarda por parecer do Conselho Estadual de Políticas Salariais e Relações Sindicais (Consind), cuja reunião segue sem previsão de data para ocorrer.
Com vencimentos atuais em 3.062, que somente com a reposição da data-base que não ocorreu entre 2005 e 2010 seria de R$ 4.385 –– R$ 1.323 a mais de salário bruto atual –– os policiais pedem piso de R$ 7.250, que equivale a 55% do dos delegados goianos, que é de R$ 12.898.
Decreto “antigreve”
O protesto com a interrupção dos atendimentos, que se limitarão a flagrantes de crimes, pois somente 30% do efetivo estarão trabalhando, vai de encontro a decreto baixado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) e que foi publicado na última sexta-feira (16) no Diário Oficial do Estado.
O decreto 7.964 estabelece medidas administrativas contra as greves e paralisações de servidores públicos, tais como corte de ponto, instauração de processo administrativo-disciplinar e convocação imediata dos servidores para retomarem suas atividades.
Ao Opção Online, o diretor administrativo do Sinpol-GO, Alexandre Martins, afirmou que o decreto do governo em nada interfere nas movimentações da categoria quanto à possibilidade de greve, uma vez que se deu após assembleia-geral. “Sem falar que esse documento é completamente inconstitucional, quer nos tirar o direito à greve que é garantido pela Constituição Federal”, disse.
Martins adiantou que nesta segunda-feira (19) o Sinpol-GO impetrou um mandado de segurança contra do decreto, “revisado, inclusive, por magistrados e advogados.”
fonte g1.globo.com
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